No âmbito da parceria estabelecida com a Universidade do Minho foi elaborado o “Projeto Mateus”. Este projeto, no âmbito de um estágio curricular na área da Educação, foi implementado numa perspetiva de mediação preventiva, uma vez que a interação positiva com os pares promove o desenvolvimento cognitivo e emocional, o crescimento de competências interpessoais, as atitudes, a estabilidade e a competência social (Lopes, Rutheford, Cruz, Mathur &Quinn, 2011, p. 27).
A concretização do Projeto Mateus teve lugar no Centro Infantil de Pevidém e passou pela elaboração de um plano de atividades, que se encontra enquadrado no projeto educativo do CIP e articulado com uma fundamentação teórica adequada. Foi orientado por uma recolha de dados que permite identificar e adequar estratégias com vista ao desenvolvimento de competências sociais nas crianças em idade pré-escolar.
Este plano de atividades apresenta-se coerente quer com a Missão e Valores da Santa Casa da Misericórdia de Riba de Ave, quer com o projeto educativo do CIP. Constitui um instrumento para o desenvolvimento de competências sociais junto de crianças em idade pré-escolar, com objetivos definidos a partir de uma observação participante e de uma metodologia de recolha de informação, dentro de uma abordagem qualitativa.
Desta forma, o plano de atividades assume-se como um instrumento potenciador de aprendizagens e de boas práticas, reforçando o sucesso educativo das crianças.
A adequação das estratégias e das atividades são contextualizadas a partir de um referencial teórico, que engloba a definição de competências sociais, o seu contributo para o desenvolvimento e formação integral das crianças, a aprendizagem cooperativa como método de desenvolvimento de competências sociais e estratégias de resolução de conflitos.
Resultados do Projeto
Durante a realização das atividades, do feedback que retribuíam, denotam entusiasmo com as atividades: “eu gosto de partilhar” e “eu gostei milhões”. Interagiram de forma harmoniosa e houve uma entreajuda significativa.
Relativamente à avaliação do grupo, perceberam que no final de cada atividade tinham que avaliar o desempenho do grupo, se conseguiram trabalhar em equipa e posteriormente faziam a avaliação da atividade, levantando os dedos para dizerem se gostaram ou não e porquê.
Quando questionados porque é que trabalharam em equipa,as crianças respondiam: “porque não falamos alto”, “porque ouvimos todos”, “porque não discutimos”, “porque conseguimos acabar primeiro”. Portanto, as atividades desenvolvidas permitiram a identificação de alguns comportamentos sobre o que é trabalhar em equipa.
Na última sessão, avaliaram as atividades e identificaram as que mais gostaram, o Mateus e a formação em geral. Em relação à avaliação do Mateus, podiam assinalar uma de três opções que estavam representadas com mãos, que continham respetivamente cinco, três e um dedos levantados, retomando uma das estratégias de feedback das atividades utilizadas nas sessões. O resultado foi bastante positivo, pois todos assinalaram a imagem com cinco dedos. De uma forma global, gostaram muito das atividades, do Mateus e dos materiais.
As crianças manifestaram, gradualmente, as competências sociais que se pretendiam atingir:
• Pelas expressões utilizadas durante as sessões: “trabalhar em grupo”, “trabalhar em equipa”, “ouvir os outros” e “partilhar”;
• Pela mobilização de aprendizagens de umas sessões para as outras (avaliação e método de trabalho);
• Pela transferibilidade do vocabulário usado nas atividades noutros contextos;
• A avaliação do projeto, das atividades e do Mateus, por parte das crianças, foi positiva;
• A presença do Mateus assumiu a continuidade e ligação entre as sessões, conferindo identidade ao projeto.
Deste modo, espera-se que as competências desenvolvidas sejam uma mais valia para a integração deste grupo de crianças no 1º Ciclo.